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Para um atleta de alto rendimento, dormir pode não ser tão natural quanto parece. E as famigeradas oito horas de descanso por dia, tempo sempre apontado como o ideal para recuperar as energias, não passam de uma “falácia”. A constatação é do britânico Nick Littlehales, um “técnico do sono” que aconselha atletas de Real Madrid, Manchester United, Manchester City, equipes de ciclismo e seleção inglesa de rúgbi.

O atacante português Cristiano Ronaldo, o melhor jogador do mundo na atualidade, está entre os que “aprenderam a dormir” com Littlehales. “O esporte pode ser um ambiente estressante e cansativo. Os atletas, muitas vezes, apelam para suplementos e vitaminas quando, na realidade, precisam dormir direito”, disse o britânico, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

A filosofia que Littlehales aplica aos atletas pode ser comparada a uma bateria de celular. No momento em que acorda, o esportista começa a gastar a energia que acumulou enquanto dormia. Durante o dia, no entanto, a “bateria” começa a acabar, tornando necessário um período de 60 a 90 minutos de sono para “recarregá-la”.

Um elemento fundamental para a compreensão da teoria do britânico é a serotonina, neurotransmissor que atua no cérebro e chega às pessoas através da luz solar.

“É a serotonina que nos faz ter energia, estar ativos e ter apetite. No meio do dia, em relação ao momento em que o sol nasce, você está na metade desse processo e o nível [de serotonina] começa a baixar. É quando, para o cérebro, a necessidade de dormir é grande. Se você descansa, renova-se”, explicou.

Esse sono de 60 a 90 minutos durante o dia faz com que o descanso noturno não carregue sozinho toda a importância do fornecimento de energia para a realização das atividades do cotidiano, além de fazer o atleta acordar mais cedo para desfrutar da luz solar.

Fragmentar o sono não é o único conselho de Littlehales às estrelas do esporte. Segundo ele, dormir em colchões muito confortáveis não é uma boa escolha, assim como deitar de barriga para cima não traz um descanso reparador.

Ele recomenda aos esportistas para que durmam na posição fetal, estratégia que passa a “sensação para o cérebro de conforto porque, teoricamente, está protegendo o coração e os órgãos genitais”, e utilizem colchões mais finos de, no máximo, 10 centímetros de espuma.

Fazer as pessoas se desconectarem de aparelhos eletrônicos à noite é um de seus principais desafios atualmente. Ele sugere que celulares e luzes artificiais sejam desligados uma hora antes de dormir.

via Ativo