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As pulseiras fitness não só ajudam na ginástica, mas facilitam a vida

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Você está dormindo, quando começa a sentir uma suave vibração no pulso. É o alarme da sua smartband, programado na noite anterior. Você pega o celular e pode verificar quantas horas teve de sono profundo e comparar a média dessa semana com a anterior. Mais tarde, a pulseira que te acordou também vibra quando uma nova mensagem de texto ou e-mail chega. E, ao longo do dia, o mesmo produto, sincronizado ao smartphone, monitora o seu exercício físico, fornecendo estatísticas sobre número de passos, duração e calorias.

O cenário acima já é realidade para quem compra uma pulseira fitness, ou smartband. Mais barato que um smartwatch e com mais funções do que um simples contador de passos, o produto ainda não virou moda no Brasil, mas tem encontrado adeptos entre os atletas. Como o espaço na pulseira é pequeno (algumas nem têm visor), a maioria dos dados são lidos no smartphone, a partir de um aplicativo específico para cada marca. Alguns produtos, como a UP4, da Jawbone, têm expandido o número de aplicativos e gadgets compatíveis, e a pulseira pode acabar se comunicando com as luzes da sua casa e até fazendo pagamentos. Apesar dos apetrechos, a função principal das smartbands é, ou pelo menos era, seu um auxiliar na hora do exercício físico.

Esse foi o principal interesse do personal trainer Thiago de Araújo Cruz, 31, quando comprou uma Vivofit (anterior à Vivo Smart), da marca Garmin, há um ano. “Eu emprestava a pulseira para meus alunos e eles ficavam um tempo com ela, para que eu pudesse aprender sobre as atividades físicas e os hábitos de cada um, e assim poder montar melhor o treino”, explica. Como a smartband fica no pulso do usuário e contabiliza todas as atividades do dia, os alunos não tinham como inventar desculpas. Com o tempo, vários foram adquirindo seus próprios aparelhos.

Cruz também usa a pulseira para monitorar o sono e estabelece metas diárias para ele próprio se exercitar. “Minha meta é de 10 mil passos diários, mas como sempre tenho que acompanhar algum aluno, acabo terminando nos 13 mil”, conta. Difícil? Alguns modelos inclusive, dão um empurrãozinho, mostrando uma barra vermelha crescente ou mesmo vibrando quando o usuário fica muito tempo parado.

Mexa-se

Essas características e a novidade da tecnologia podem tornar a smartband uma boa companhia para quem quer começar a se exercitar seriamente. “Acho que é um incentivo. Se você olha no aplicativo e sabe que num dia você deu 5 mil passos, no dia seguinte você pode querer ir um pouco mais além, depois começar a corre, e ir se interessando e se superando a cada dia”, avalia o educador físico e diretor de atividades e lazer do Espaço Águas Claras, Christiano Campos. Ele também considera interessante que algumas pulseiras monitorem os batimentos cardíacos durante o exercício, já que esse é um dos indicadores de intensidade do treino.

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Mas nem tudo é moleza, é claro. Os comerciais de algumas das pulseiras têm como mote “todo movimento é exercício a ser contabilizado”. E como uma simples ida à padaria da esquina também é registrada, muitos podem acreditar que podem completar sua meta diária de exercícios com pequenas caminhadas inseridas na rotina.

Não é o que os treinadores pensam. “Uma coisa é atividade física, aquela que todo mundo faz quando sai de qualquer estado de repouso. Outra coisa é o exercício, que é programado, planejado e tem uma meta e segue uma rotina”, explica a coordenadora de aulas coletivas da academia BodyTech, Bia Bicalho. Ela é categórica: se você tem um objetivo como perder peso ou ganhar massa muscular, só com exercício, seja com ou sem pulseira.

Laura Veloso | via O Tempo